segunda-feira, 22 de setembro de 2014

Inês Norton de Matos


Inês Norton de Matos nasceu em Lisboa em 1982.
 
A Inês faz um pouco de tudo no mundo das artes! Pintura, escultura, instalações, usa diferentes materiais e suportes, etc.. Ela é pois uma artista plástica no verdadeiro sentido da palavra. Ou seja uma artista misteriosa!

Quando lhe perguntamos quais os seus 3 artistas de referência ela disse que tinham de ser 4! São eles Louise Bourgeois, Joseph Beuys, Phyllida Barlow e Dalila Gonçalves.

A sua definição de arte é bastante elucidativa:  "Crio, acreditando que a arte é o caminho menos obstruido para a experienciação e que toca naquele milésimo de segundo anterior ao impulso de criar barreiras e encontrar conceitos, a que chamo verdade."

Esta nativa de signo Carneiro tem uma grande sensibilidade para a arte e é com grande prazer que apresentamos no Artes e Tartes as suas visões, o seu trabalho as suas motivações e sonhos!
 
Artes e Tartes - Lembras-te do momento em que começaste a pintar? Quais foram os teus maiores estímulos? Os pais? A escola?
 
Inês - Lembro-me do momento em que comecei a experimentar..juntar objectos, cola-los, fusioná-los, aglomerar matéria e admirar o resultado! A escola onde andei foi fundamental, sim! O Beiral, situado na floresta de Monsanto, é uma escola muito direccionada para a experimentação. Muito cedo tive acesso a um universo de cores e formas bastante estimulante. Tínhamos uma enorme sala de pintura, onde o barro, o gesso, as tintas e digitintas, eram ordem do dia...A natureza envolvente também ajudava a fomentar a liberdade de expressão..





AT - Para além da pintura tens outros suportes em que gostes de trabalhar? E que materiais usas na pintura? Óleo? Acrílico? Porquê a escolha destes materiais?

Inês - Hoje em dia, quando me perguntam o que faço, respondo que sou artista plástica, com toda a diversidade, abrangência e mesmo abstracção que lhe possa ser associada. Gosto quando fica no ar...
Trabalho essencialmente com madeira, imagens e luz. Mas também, (há imagens dos meus primeiros passos nesta área), gosto de reinventar objectos, agregando-os com outros que aparentemente em nada se aproximam de forma descontextualizada e metafórica. As telas continuam também a fazer parte do repertório que não pretendo condicionar. Interessa-me o potencial da plasticidade que os materiais permitem.

 
 
Nota: o trabalho da Inês pode ser visto em http://www.inesnorton.com/

Artes e Tartes - Como definirias o papel da arte na vida das pessoas em Portugal? Parece que no nosso país só se liga a futebol, quais são os teus comentários sobre sobre isto? Somos culturalmente inferiores?

Inês - Eu acho que esse papel tem vindo progressivamente a ocupar mais espaço nas agendas dos Portugueses. A Arte deixou se estar estanque em espaços fechados e hoje em dia, mais fácilmente chega ás pessoas nos mais diversos formatos. A dinâmica Cultural também tem vindo a melhorar e a arte a ser mais valorizada. Não nos considero de todo culturalmente inferiores. Talvez ainda pouco despertos para algumas questões.


Artes e Tartes - Os nossos leitores gostavam de saber com que artista (vivo ou morto) gostarias de jantar e porquê?

Inês - Louise Bourgeois, pela sua longa e vasta experiência neste plano terreno. Acredito que fosse uma longa e interessante conversa. Para criar o que criou, só podia ser uma excelente contadora de histórias! 


Artes e Tartes - Quais são as tuas maiores fontes de inspiração? Quando estás a criar pensas naquilo que os outros vão achar ou és completamente livre e fiel a ti própria?

Inês - A minha maior fonte de inspiração é estar consciente do privilégio que tenho, em fazer aquilo que gosto. 

 

Criar sem filtros, é sempre um grande desafio. A verdade está no foco e na energia que depositamos nos projectos em que acreditamos e nesse processo, não há margem para preocupações com o julgamento dos outros.

Artes e Tartes - Dentro do mundo das artes e sem qualquer tipo de filtro qual é o teu maior sonho? Onde gostavas MESMO de chegar?

Inês - Sem filtros, cá vai...um dia gostava de expor na Tate Modern em Londres ;) 


Obrigado Inês!

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