segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Análise económica da cultura e das artes

Hoje o Artes e Tartes faz uma análise económica da cultura na Europa e em Portugal. A arte pode ser subjectiva e não ter um valor objectivo, mas há indicadores que podem ser alvo de estudo e reflexão e que permitem compreender melhor esta área.

Vamos a isto!

Segundo um estudo do Eurobarómetro de 2007, 77% dos Europeus considera a cultura importante. E quanto mais elevado o grau de educação, maior é este número.

 
Para quem sabe de matemática, tira-se já uma conclusão: 23% da população Europeia acha que a cultura não é importante.

De acordo com dados de 2005 do Eurostat, a cultura corresponde a 3,9% das despesas familiares na União Europeia. Ou seja, por cada 1000 euros gastos, 39 euros são aplicados na área da cultura.

Portugal está ligeiramente abaixo da média, com cerca de 3%, mas à frente de países como a Espanha e a Itália.

De acordo com o mesmo estudo do Eurobarómetro, cerca de metade (45%), dos habitantes da União Europeia declaram ter participado numa actividade cultural nos últimos 12 meses.

Estas actividades vão desde cinema, espectáculos ou uma visita a um espaço cultural, que pode ser um museu ou uma galeria.

A educação é o factor sócio-cultural mais importante na determinação da participação cultural - pessoas com níveis culturais mais elevados tendem a participar mais. Não existem diferenças significativas na participação cultural segundo o género, com excepção da leitura: as mulheres tendem a ler mais livros e os homens mais jornais.

Quanto ao emprego, em 2009, a cultura representava cerca de 1,7% do emprego total na UE, em Portugal 0,9%.

Outro dado interessante são as exportações e importações de cultura. A UE exporta em valor mais do que importa: em 2009 as exportações foram 1,4 vezes as importações.

Mas este não é o caso de Portugal: as exportações representam 30% das importações. Os livros representam quase 80% dos “bens culturais” exportados por Portugal e os jornais lideram as importações.

Relativamente à relação entre cultura e turismo, a primeira potencia o segundo (talvez poderia haver um museu com as obras do Miró em vez de os vendermos!!). Confrontados com a necessidade de poupar nas férias, os europeus preferem cortar nos restaurantes e nas compras do que nas actividades culturais.

 Algumas conclusões destes dados:

- Portugal está abaixo da média europeia no que diz respeito a gastos em cultura.

- A educação potencia a cultura,

- Portugal tem uma balança comercial deficitária no que diz respeito a cultura.

- O turismo está ligado à cultura de um país e aumenta consoante as opções culturais disponíveis, sejam elas museus ou espectáculos.

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