domingo, 5 de outubro de 2014

Pedro Patrocinio


Pedro Patrocinio nasceu em Lisboa em 1982.


Este nativo do signo Aquário fundou com o seu irmão, Mário, a produtora de filmes BRO. Segundo o Pedro, a BRO foi fundada no exacto momento em que nasceu!

Os seus artistas de referência são Walter Carvalho, Toca Seabra e sua família! (Em baixo a Mãe do Pedro e do Mário).


Para ele a arte é “a capacidade de fazer algo que nós olhamos e chamamos arte, pode ser vista num quadro, num campo de futebol, na linha que um surfista faz, não existe uma identidade que rotula o que é arte ou não.”

Hoje o Artes e Tartes tem a honra de entrevistar este jovem cineasta português que já conta no seu reportório com filmes como o Complexo – Universo Parelelo e o mais recentemente lançado I Love Kuduro.

E que verdadeira viagem esta entrevista: andamos no Japão, Brasil, Angola, jantámos com Jesus e demos um pulinho até aos descobrimentos!




Artes e Tartes: Olá Pedro, queres explicar aos nossos leitores o que é a BRO? Como começou, o que já fizeram e por onde passa o vosso futuro?

A Bro começa desde praticamente a minha nascença. Eu e o meu Bro desde cedo tivemos que nos unir e fazer uma aliança, pois quando eu tinha 2 anos e ele 6 fomos viver para o Japão com os nossos pais. Na altura não haviam ocidentais e nós eramos tipo os extraterrestres e objeto de estudo,  isso teve uma grande influencia na nossa maneira de estar e viver, estávamos sempre juntos, a brincar, a falar, a comunicar e isso fez com que a nossa aliança fosse o nosso refúgio.

As camâras sempre fizeram parte do nosso dia dia pois o nosso pai sempre foi apaixonado pela fotografia e o facto sermos objetos retratados no japão por diversos canais de comunicação nipónicos fez com que esse bichinho entrasse  nas nossas vidas sem bater à porta!


O filme Complexo – Universo Paralelo, foi algo que nos marcou muito e ainda marca. Foi uma experiência de vida única, com histórias inspiradoras de pessoas especiais e que nos abriram o seu coração. Todos os dias agradeço por este projecto ter aparecido.

Links:




O nosso futuro passa por viver e contar histórias que fiquem eternizadas para a história. Esse é um dos nossos lemas.

 
AT - Como classificarias o segmento de filmes que a BRO pretende atacar? Os vossos filmes parecem documentários mas não são... ou são? Podes desenvolver um pouco esta questão?

O nosso segmento é o universo e o nosso objectivo é fazer filmes que as pessoas se identifiquem e que sejam universais.

Os nossos filmes são filmes sobre pessoas e para pessoas. O foco visa sempre encontrar um link que que nos conecte a todos e o que nos interessa é dar a conhecer o melhor de cada realidade/cultura e assim estarmos abertos a novos conhecimentos. A vida é um ensino constante e nós temos tido o previlégio de viver realidades distintas e que nos fazem crescer. O facto de os nossos filmes serem filmes documentários com uma dinâmica de montagem de ficção e uma narrativa cheia de plots torna-os mais atractivos e repletos de vida.


 
AT - Quais são as grandes tendências futuras na área dos filmes/cinema? É fácil tirar as pessoas de casa para irem ao cinema? Filmes nos tablets ou telefones? Curtas metragens? Ou seja, quais são as grandes revoluções que vamos ver no futuro em termos de produção e consumo de cinema e filmes?

Eu acredito que a solução é voltarmos um pouco ao passado,  exibições de cinema ao ar livre e cinema itinerante que faça as pessoas sair de casa e estarem juntas a partilharem ideias.

Atualmente estamos muito  ligados aos gadgets e isso não beneficia o verdadeiro sentido da raça humana pois é algo muito individual e perde-se a partilha e o convívio.  Acabamos por ficar todos alienados ao universo cibernético.


AT - Quais as dificuldades que tens encontrado no mercado português em termos de valorização do vosso trabalho? O cinema português é bem aceite?

O nosso trabalho tem sido reconhecido pelo mundo inteiro e em Portugal é um caso à parte pois não existe um investimento na cultura. A nossa identidade está perdida e só é bom o que vem de fora e os artistas estão de mão atadas.


O cinema português é um cinema com o qual não me identifico e foi por isso que escolhi o Brasil para a minha formação. O que eu vejo é que há uma nova geração de cineastas com muito valor mas que precisa de oportunidades. O cinema Português está atualmente rotulado como cinema sem conteúdo e sem identidade e isto provém da aposta em filmes com guiões fracos ou muito autorais e que não leva ninguém ao cinema… a lei beneficia quem está há mais tempo no mercado e não se trata de mérito mas sim de lugares cativos...


AT - Os nossos leitores gostavam de saber com que artista (vivo ou morto) gostarias de jantar e porquê?

Eu acho que a minha melhor companhia para jantar seria Jesus pois ele é um gajo que já viveu há sei lá quantos séculos e continua presente. Julgo que jantar com ele seria algo muito interessante.


AT - Quais são as tuas maiores fontes de inspiração? Ou seja, quando a BRO quer descobrir um tema para um filme, onde vai buscar as ideias?

O mar é um lugar onde consigo pôr as ideias no lugar, pois é um lugar em que o cérebro desliga e tudo flui de maneira diferente. O contacto com o desconhecido faz nos ir mais além. Os temas para os nossos filmes acabam por vir até nós, parece que somos escolhidos pelo universo para fazer o projecto.



AT - Dentro do mundo das artes e sem qualquer tipo de filtro qual é o teu maior sonho? Onde gostavas MESMO de chegar?

Sonho fazer o filme sobre os Descobrimentos Portugueses, inspirado nos Lusíadas. Considero que é uma obra de elevação do nosso verdadeiro povo,  terra de aventureiros e destemidos, cheia de valores, mistérios e muita sensualidade.

Links:





Obrigado Pedro!

 

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