segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

O processo técnico na pintura

Bom ano de 2015 para todos com muitas Artes e Tartes!

Hoje o nosso blog regressa com algumas reflexões sobre o processo técnico na pintura.

A pintura é uma arte que inclui uma vasta imensidão de técnicas e processos.


O processo que determinado artista usa para executar as suas telas é muitas vezes considerado a própria arte em si.

Ou seja, mais que o resultado final, a maneira como o trabalho é executado também representa arte. Isto acontece quando o processo é inovador, diferente ou por exemplo de extrema dificuldade de execução física.

Temos por exemplo o caso de Frida Khalo, que pintava deitada numa cama. Um acidente que lhe limitava os movimentos levou-a pintar desta maneira.


Do outro lado havia Jackson Pollock que pintava com um pau atirando tinta para as telas, sem nunca tocar nas mesmas. Ele afirmava que não era só atirar tinta com um pau. Foi uma técnica que demorou muitos anos a aperfeiçoar.


Do lado dos materiais em si temos dezenas de opções. Pintura a óleo, acrílico, aguarela, lápis de cor, carvão, pastéis de óleo, etc cada técnica com vantagens e desvantagens. O óleo demora mais tempo a secar mas permite fundir melhor as cores. O acrílico seca mais rápido mas as cores parecem não ter tanto brilho ou plasticidade.



Depois há quem faça colagens. De jornais, objectos ou meras folhas recortadas como Matisse por exemplo. Uma junção de tintas e objectos vários.


Em relação ao suporte também se pode optar por diversas opções. Antigamente os grandes mestres usavam mais as telas de linho. Estas tornaram-se mais caras e as de algodão são as mais utilizadas actualmente.

Mas na verdade pode pintar-se no suporte que quisermos: em madeiras, em panos, em pedras, etc Até se pode comprar telas gigantes de vários metros e ir cortando telas à medida que mais convém. Depois pode aplicar-se uma grade de madeira e fazer uma tela comum.



Há quem goste de aplicar um primário de gesso nas telas para que esta não absorva tanto a tinta.  Também é comum ver-se umas pequenas peças de madeira que se colocam nos cantos da tela para poder esticar o pano.

Há quem prefira pintar à vista. Outros por fotografia. Há quem use cavaletes e outros arranjam soluções mais engenhosas. O facto de se colar a tela na horizontal ou na vertical também tem implicações no processo.

Depois ainda há serigrafias, estampagens, projecções, colagens, etc

Até a maneira como a tinta é misturada pode diferir.


Desde a paleta mais comum até experimentar misturas de tintas na parede como Francis Bacon fazia.


A qualidade dos materiais parece ser um importante factor a considerar: materiais mais caros permitem normalmente melhores execuções e resultados, seja porque são melhores pinceis ou tintas compradas fora dos chineses!

Ou seja, há dezenas de variáveis que combinadas entre si podem dar diferentes resultados! O artista deve experimentar o máximo possível para poder perceber em que técnica se sente mais à vontade e mais importante: a que mais gosta e que lhe permite ao mesmo tempo comunicar a sua mensagem e sentimentos.

Em jeito de conclusão, o processo técnico na pintura é um desafio enorme para o artista. Ele(a) deve abraçar este desafio de forma aberta, sem preconceitos e com persistência. Desta forma, na altura em que a inspiração vier, ele(a) estará melhor preparado para dar asas à criatividade.





 

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