segunda-feira, 26 de maio de 2014

Marta Leitão

Marta Leitão nasceu em Lisboa em 1982.


Apaixonada pela moda desde sempre, largou uma carreira de 7 anos nas multinacionais da publicidade e decidiu abrir o seu próprio negócio: a CHANGE! No logotipo da marca o A está de pernas para o ar, desde logo um primeiro sinal de criatividade. 


A Marta é uma verdadeira empreendedora e a nova marca tem sido um verdadeiro sucesso. A sua página no Facebook já tem cerca de 25.000 likes!! 
Os seus artistas de referência são Coco Chanel, Isabel Marant e Andy Warhol. Qualquer dia temos a Marta a desfilar em Paris ou Nova Iorque e a passear charme nas passerelles com o seu enorme e bonito sorriso! 
A moda sempre teve uma profunda relação com as artes e essa é uma das razões porque hoje entrevistamos a Marta. Para ela “Life is the ultimate work of art…”
Esta semana o Artes e Tartes homenageia a Marta, tentando perceber melhor o que é a CHANGE, como se desenrola o seu processo criativo e quais os desafios para o futuro!
Artes e Tartes - Marta, queres explicar aos nossos leitores o que é a CHANGE? Qual a sua história?
Marta Leitão - CHANGE é um conceito de roupa nascido da vontade de dar à versão original de peças vintage, uma segunda vida, uma história mais divertida. 
Quando é pedido reciclagem a proposta da CHANGE é reaproveitar peças icónicas e originais e acrescentar-lhes pormenores que as tornam especiais e provocativas. Os míticos modelos de ganga que garantem conforto e intemporalidade, são customizados com imagens inovadoras e materiais atuais. A criatividade da CHANGE é ilimitada…. calções, casacos, sapatos, coletes e camisas, esquecidos num armazém, ganham tecidos, tachas metálicas de estrelas ou picos, sofrem rasgões, remendos e costuras.


Desde miúda que transformava a minha roupa mas nunca levei isto muito a sério.. A moda sempre andou lado a lado …e sempre foi um estado de espirito e uma maneira de viver.  
Um dia pensei no que realmente queria para o meu futuro e a resposta foi juntar Moda ao Digital, criar uma loja online com um conceito inovador
AT - Lembras-te do momento em que começaste a gostar de moda? Que idade tinhas?
Marta - Não me lembro do momento, lembro-me que sempre gostei e em miúda tinha em casa uma costureira da minha mãe. Às escondidas pedia-lhe ajuda para transformar as minhas peças. 
AT - Qual é a diferença entre gostar de roupa e gostar de moda? Eu por exemplo, vejo um desfile e não compreendo o que se está ali a passar... No fundo, o que os nossos leitores querem saber é como que um profissional vive a moda, seja nos desfiles, ou quando vai a uma loja, ou quando vê um amigo/a vestido, etc... e como usa isso na sua estratégia de marca?
Marta - No meu ponto de vista, para quem não percebe do assunto, a moda é como olhares para uma obra de arte, ou gostas do que estas a ver ou não gostas.
Se vês um desfile, tens a capacidade de analisar se gostas do resultado ou não, ou como quando vês uma pessoa vestida se gostas do look ou não. Os teus olhos respondem a esta questão.
Eu uso essa inspiração na definição de tendências! Faço pesquisa de desfiles e grandes criadores e o que gosto de ver uso como referência na estratégia da minha marca 
AT - A CHANGE tem uma grande presença Online. Queres levantar um bocadinho o véu sobre como trabalhas a marca na web? Facebook? Site próprio? Outros?
Marta - Sou formada em Comunicação na vertente digital e trabalhei 7 anos em publicidade digital logo para mim só fazia sentido juntar a Moda ao Digital.
No fundo antes comunicava e fazia estratégia digital de outras marcas, agora faço a minha. O processo é o mesmo, muda o produto e o target :) Como o target da CHANGE está maioritariamente nas redes sociais, foi fácil atacar este mesmo público 
AT - Na CHANGE tu crias as tuas próprias peças. A teu ver qual é a ligação entre a moda e a arte? E como descreverias o teu processo criativo de cada vez que tens uma ideia? És daquelas que faz desenhos com as peças? Ou pegas num bocado de tecido e começas a criar? 
Marta - A minha inspiração vem de absorver  imagens, viagens e música. Para mim tudo isto é arte e é ela que me inspira diariamente.
A CHANGE dá asas a uma grande liberdade criativa e isso traz a necessidade de estar sempre atenta ao imediatismo das tendências. As possibilidades que se encontra ao brincar com a roupa são infinitas!


Não faço desenhos das peças, pego numa peça e consigo logo ver o resultado final! Começo a imaginar os tecidos, as aplicações…corta ali… colocar isto aqui…e puff surge a peça final. O meu forte é transformação (sendo que o desenho é muito mau nas minhas mãos).
 AT - Uma peça de roupa tem muito que se lhe diga... temos muitas variáveis desde as formas, o corte, as cores, os materiais, a origem desses materiais, etc quais são os teus principais critérios de escolha no design dessas variáveis?  
Marta - A CHANGE sofre um processo criativo um pouco diferente das marcas em geral…no fundo a peça já existe e o que interessa é alterar de acordo com tendências e minha imaginação/criatividade.
As peças vem de fornecedores de roupa vintage e cada peça sofre um processo criativo para se adaptar às tendências actuais. A inspiração vem também de grandes criadores de moda mas também  surge também das viagens e do lifestyle de cada sociedade.


AT - Por fim, queres desvendar que projectos tens para o futuro? Seja dentro da CHANGE ou fora dela? 
Marta – Desde o início que a CHANGE teve uma grande aceitação no mercado português e agora o foco é internacionalização (já vendemos para Espanha, Austrália e Brasil) e crescer em vendas dentro da Europa.
Esperamos também estar sempre à frente em originalidade de peças. Fora da CHANGE espero continuar a viver e olhar para a vida com foco de que cada dia é especial e único.

Obrigado Marta!

segunda-feira, 19 de maio de 2014

Pablo Neruda


Pablo Neruda nasceu no Chile em 1904.
Acima de tudo ele foi um poeta.

Ainda na adolescência mostrou os primeiros poemas ao seu pai e este perguntou-lhe de que livro os tinha copiado.
Escrevia sempre com tinta verde.
Quem lê os seus poemas não pode ficar indiferente. Ele explora pensamentos e emoções, colocando palavras em cima deles como ninguém. Este foi um dos seus grandes contributos para arte literária: o fazer da poesia e das palavras algo simples e bonito.
Foi cônsul do Chile na Birmânia, Espanha, França e México.
Privou e fez amizade com alguns dos maiores expoentes artísticos do séc. XX: Jorge Amado, Vinicius Moraes, Garcia Llorca, Pablo Picasso, entre outros.
Dormia sempre uma sesta depois de almoço. Mesmo quando visitava amigos, pedia um local para ir roncar um pouco.
A sua ligação à política começou quando estava em Espanha, na altura do Franquismo. Por ocasião do assassínio do seu amigo e grande poeta Garcia Llorca, regressou ao Chile e tornou-se mais activo politicamente.
Em 1969 foi candidato à presidência da república, mas abdicou para dar a vitória a Salvador Allende que acabou por vencer com uma curta margem de 30.000 votos.
Recebeu o prémio Nobel da literatura em 1971.
Tinha 3 casas: a. Chascona em Santiago, a Sebastiana em Valparaiso e Isla Negra que fica a 80 kms Sul de Valparaíso.
Na recente viagem que efectuei pelo Chile conheci as duas primeiras.
As suas casas eram viradas para o conforto, a inspiração, a arte e para receber os seus convidados.
Cada canto tinha um objectivo.
Coleccionava objectos de vários países que visitava. Na sua sala em Valparaíso tinha um cavalo de madeira originário de um carrocel de Paris!!
Os copos eram às cores e vinham de Portugal. Tinha facilidade em dar nomes às coisas, a sua cadeira preferida chamava-se nuvem.
Tinha bares nas suas casas, inspirados em motivos marítimos e onde só ele podia entrar. Preparava sempre cocktails para os seus amigos. Ele bebia whisky.
Morreu em 1973, 12 dias depois do suicídio de Salvador Allende, devido a um cancro na próstata. O seu motorista afirmou que foi envenenado pelo regime de Pinochet, teoria não comprovada.
Obrigado Pablo Neruda, o Aimar era o meu Pablo preferido mas agora és tu!

Ele escreveu coisas tão bonitas como:
Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

segunda-feira, 12 de maio de 2014

Frederico Campos Costa

Frederico Campos Costa nasceu em Lisboa em 1980.



O Fred, como os amigos lhe chamam, nasceu a 29 de Fevereiro.

Por isso, em 2012, ele voltou a levar com a piada “Ah então só fazes 8 anos!” De 4 em 4 anos ele leva sempre com a mesma graçola.

E nos outros anos, ninguém sabe quando lhe dar os parabéns: a 28 de Fevereiro ou 1 de Março?

Artista sofre... mas como ele é músico, talvez o seu próximo álbum se possa chamar bissexto!!

O Fred tem um talento imenso para a música. Ele sempre foi o nosso amigo com a guitarra que tocava tudo de ouvido. Mas nunca foi aquele maluco com autocolantes na guitarra que tocava repetidamente o mesmo reportório.

Consegue tocar aquilo que ouve e fá-lo com uma elegância só ao alcance dos grandes mestres. A sua paixão pela guitarra e técnica utilizada fazem lembrar Mark Knofler, Eric Clapton ou o grande Paco de Lucia.

Formado em Gestão pelo ISEG, optou por seguir a carreira artística na área da música.

Pare ele a arte “é um modo de poder expressar ideias que fazem parte do universo das emoções e sentimentos. É algo que sai de dentro de nós e que pode e deve ser partilhado. É algo que acrescenta e não tira. É algo que tem a capacidade para mudar o mundo e sensibilizar as pessoas.”

As suas 3 grandes referências artisticas são Prince, Daft Punk e Chromeo.



Hoje o Artes e Tartes homenageia o Fred, tentando compreender melhor o seu percurso e trabalho actuais.

Artes e Tartes - Fred, a arte onde tens desenvolvido mais o teu trabalho é na música. Lembras te quando começaste e porquê?

Fred - Comecei o meu trabalho "mais sério" a partir de 2004 com um projecto de hip hop chamado Junior (que já foi entrevistado no teu blog), projecto esse feito com a maior das inocências e entre amigos. Ganhamos um concurso de "bandas de garagem" a nível nacional patrocinado por uma operadora de comunicações, e assinamos um contrato de 5 anos e 3 discos com uma editora major. Perdemos a dita inocência e a piada da coisa quando assinamos esse contrato.

Este foi o início para começar a levar isto mais a serio... mas desde os meus 10 anos que tive bandas e era aquele gajo que levava a guitarra para a escola. O porquê de ter começado prende-se talvez com a necessidade e paixão que tenho em compor e produzir música.



Compor e produzir são duas coisas diferentes. Toco guitarra desde os meus 8 anos...mas só produzo desde os 22. Se não fosse o meu irmão provavelmente nunca teria despertado o bichinho pela produção, pois na altura (2002 ou talvez antes) ele sacou um programa chamado Fruity Loops que me permitiu começar a descobrir o prazer que é gravar , registar e produzir as minhas ideias.



E a paixão por isto nasceu...

Ás tantas apercebi-me que podia realmente fazer algo sem depender de alguém. Percebi que podia gravar uma ideia de guitarra, depois acrescentar um beat, uma linha de baixo e que pouco tempo depois tinha um som feito.

Sou 100% auto didacta tanto musicalmente como tecnicamente, mas a determinada altura resolvi aprofundar os meus conhecimentos técnicos e após concluir a minha Licenciatura em Gestão pelo ISEG, fui viver para Londres onde tirei o curso de engenharia de Audio pela SAE.

Optei por esta vida, ao invés de uma vida profissional de escritório de fato e gravata (apesar de adorar vestir fato e gravata hehehe) porque é isto que me preenche e completa, é daqui que retiro parte da minha felicidade e é neste meu mundo que me perco e encontro e que nunca me deixa ficar mal.

Vivi sempre com o medo de chegar a uma idade mais avançada e olhar para trás e pensar "Porra...adorava ter feito isto, devia ter feito aquilo..." Por isto mesmo resolvi seguir o meu sonho.

AT - Tu és um artista por profissão, ou seja para além da música representar um hobbie, também já conseguiste chegar ao mercado com o teu trabalho. Em que áreas já trabalhaste e trabalhas actualmente seja a solo, grupo ou para terceiros? E como arranjas tempo para todos os teus projectos?

Fred - Actualmente sou produtor musical e sound designer na RFM.

Antes disto trabalhei como sound designer noutra rádio. Também fui produtor de uma empresa de gravação de dobragens e locuções na qual tinha a meu cargo a chefia de uma equipa de técnicos e executei alguns trabalhos de freelancing num estúdio que pertence ao Ramon Galarza, o Tcha Tcha Tcha.

Nos últimos 4 anos em que trabalho na RFM entro ao serviço as 6 da manhã e saio as 2 da tarde! Para alguém que em média se deitava as 3 da manhã, este horário passou a ser o meu bem mais precioso. Nem é o ordenado que recebo, mas sim o horário! Posso sair às 2 da tarde, e ainda tenho o dia pela frente para trabalhar no meu estúdio, trabalhar e colaborar noutros projectos, no verão dar um saltinho à praia, poder ir buscar o meu filho e passar tempo com ele, ginásio, etc

Actualmente tenho o meu projecto chamado Cut Slack, que defino dentro do género de Electro Funk. Estou também a misturar um album de Hip Hop, a compôr uma faixas para uns artistas emergentes no panorama da musica nacional e ainda a montar a minha empresa de produção para publicidade, a Sweet SpotPara além disso ainda estou a pensar montar uma editora independente de musica e a acabar a fase de composição do meu álbum, que espero que saia ainda este ano!


Já trabalhei em publicidade, produzi uma banda sonora com o Frankie Chavez para o filme da ZON "North Canyon" sobre a onda gigante da Nazaré e o maluco do Garett Mcnamara e já compus e produzi para vários artistas que depois editaram esses trabalhos.

Mas o meu horário e organização do mesmo é a parte mais importante na minha profissão. Com um horário normal jamais poderia fazer isto tudo. E como ainda por cima sou um gajo que não precisa de dormir muito, tento ao máximo tirar proveito das 24 horas do dia. Muitas vezes é complicado gerir trabalho, família, cansaço, descanso...mas acho que é agora que tenho de pôr uma abaixo e assegurar um bom futuro para a minha família. Ao mesmo tempo quero divertir-me a fazer o que faço e conseguir deixar o meu marco no mundo do audio.

Links para os projectos do Fred:
AT - Queres explicar aos nossos leitores como está organizado o mercado da música em Portugal? Quais são os segmentos mais valiosos e quais os grandes desafios e oportunidades? Estamos muito atrasados face a outros países?

Fred - O mercado da música está fortemente ligado à cultura de um país. E eu acho que acima de tudo, e espero não estar enganado, a cultura em Portugal está a mudar. O "ficar parado" à espera que algo aconteça está a mudar... e cresce também a tendência para consumirmos mais o que é nosso

Continuam a existir as editoras grandes que nos oferecem a mesma coisa de sempre...o mesmo género de produto. Mas por outro lado, temos editoras pequenas que vão surgindo com um produto diferente, com uma sonoridade diferente, com uma mensagem diferente, com um feeling diferente. E ai sim estamos mais próximos do que julgo ser a tendência global.

Existem cada mais mais redes de pessoas que trabalham entre elas, que se ajudam umas às outras, em prol de um objectivo comum. Estão a aparecer mais projectos nacionais de valor, com produções brutais. Projectos e artistas que arriscam por eles e pelo amor que têm à musica. E isso é muito positivo.

Na minha opinião, e falando só por factos e não gostos, temos 2 segmentos fortes, tanto nacional como internacionalmente : o Fado, por exemplo Mariza, e o Kuduro Electrónico (ou progressivo ou whatever, não gosto de classificações por género), como por exemplo Buraka Som Sistema.



São 2 produtos únicos no mundo. E qualquer coisa única, se tiver qualidade, se tiver sido bem pensada e se tiver uma boa estratégia, chega longe!

As rádios, imprensa e promotores de festivais e espectáculos têm um papel fundamental na promoção da música portuguesa. E o Governo na cultura em geral. A cultura tem sido posta de lado nos últimos anos e a arte em todas as suas vertentes não é levada a serio nem é vista como a única forma de sustento de muita gente.

Neste aspecto somos um país pobre, sem identidade, um país vazio. Este será o grande desafio... mudar a percepção que a população tem sobre a importância e o impacto que a cultura pode ter num país...

AT - Para além dos instrumentos normais, uma das peças mais importantes para criar música hoje em dia são os computadores e o próprio software! Queres explicar como usas a tecnologia no teu processo de criação artística e desvendar quais são as grandes tendências futuras nesta área?

Fred - No meu trabalho, o uso de software e tecnologia é tudo. Não podia executá-lo com a mesma qualidade, rapidez e organização se não existisse o "mundo digital". Actualmente, o software permite estarmos organizados e sermos práticos. E isso a meu ver, pode traduzir se num aumento de criatividade. E eu preciso sempre de estar organizado! O software permite qualquer pessoa gravar um disco em casa, num quarto de 4 metros quadrados, sem depender de alguém ( a não ser que queira).



São inúmeras as vantagens no processo de criar. Desde o uso de sons de bateria, a pianos e sintetizadores lendários, samplar, poder ligar a guitarra directamente ao computador e aplicar um efeito que pareça que estamos a tocar numa igreja... tudo isto está ao meu dispor...para não falar das capacidades de edição de audio que existem hoje em dia e que podem ser usadas de forma criativa
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Por outro lado, é a evolução tecnológica que permite a artistas como eu, que fazem tudo sozinhos, ter fãs nos EUA ou Austrália! São poucos, é verdade...mas cheguei lá!!! Podia ter mais se tivesse alguém a tratar da minha comunicação, imagem, se tivesse agente, etc, mas isso é outro tema :)

A tecnologia pode também trazer algumas desvantagens, como por exemplo o excesso de conforto. Conforto esse que pode fazer com que entremos numa rotina de processos e comprometer a criatividade que tanto precisamos.

A meu ver as grande tendência nesta área é o software caminhar ainda mais para a simplificação dos processos e tornar as tarefas cada vez mais eficientes!

AT - No teu processo de criação artística quais são as tuas maiores fontes de inspiração? A natureza? Barulhos urbanos? Segues a tendência? Jazz? Bossa nova? O que te inspira bem lá no fundo?

Fred - O que me inspira a criar são as minhas vivências no passado, acontecimentos do presente e o que vai ser o futuro.A minha maior fonte de inspiração é o amor, as pessoas e as experiências que retiro de ambos. (Nota da redacção: Bravo!)

Criar música é o modo que encontro para exprimir essas vivências e o modo que encontro para nunca esquecer ocasiões e situações. Em relação a tendências o meu trabalho musical tem fortes influências dos anos 80, na cena funky e groovy e toda a sonoridade dessa década. Tenho como ídolos Prince, Daft Punk e Chromeo. Prince viveu essa década e definiu-a em vários níveis, é um génio!. Daft Punk, com o albúm Discovery, foi buscar sonoridades perdidas aos anos 80 e Chromeo recriam como ninguém esses belos anos.



AT - Por fim, sei que tens um belíssimo filho chamado Francisco com menos de 2 anos. Vais tentar ensinar-lhe música no futuro? Achas que a capacidade de fazer música é genética? Ou ter bom ouvido por exemplo?

Fred - Se por acaso o seu caminho e vontade passarem pela musica, estarei lá para ele.

Não vou esconder que adorava que ele seguisse as minhas pegadas, e ainda por cima herdando todo o equipamento que tenho, podia chegar muito mais longe que eu em muito menos tempo. Mas depende de muita coisa como é óbvio. Como por exemplo de ter ouvido para a coisa como referes na pergunta.

Em parte acredito nessa historia da genética, mas também acredito muito na influência que temos sobre os outros, neste caso sobre os nossos filhos. A genética pode facilitar a coisa, mas é o que mostramos aos nossos filhos que importa. É o exemplo que damos que fica estampado no "ADN" das suas personalidades. No caso da musica se o Francisco me vê a trabalhar em musica, a tocar instrumentos, a ouvir musica, tudo isto é influência para ele.

Ele adora ir para o estúdio ver o pai a trabalhar e é incrível como dança ao ritmo ( ao ritmo mesmo) das musicas que ouve! Mal entra no estúdio vai directo às guitarras e teclados e  pede Música! Música! Carrego no play e é so dance moves.


O puto dá lhe! Olha...pode ser que tenha queda para a dança hehehe

Se por acaso o caminho dele não passar pela música quero acima de tudo apoiá-lo, estar presente e disponível para ele. Como pai e amigo.


Obrigado Fred!



segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mario Testino

Mario Testino nasceu em Lima, Perú, no ano de 1954.


Testino rima com destino. E quis o destino que este senhor se tornasse um dos maiores fotógrafos da praça mundial.

Captar um momento numa imagem. Sentirmos um espaço ou uma situação. 

Entendermos através dos pormenores de uma fotografia o ambiente, cheiros, sensações e emoções.

Todos estes factos fazem da arte de fotografar algo que ultrapassa um simples click numa máquina. 

A fotografia é uma das formas de arte que está mais na moda. A banalização do uso da máquina fotográfica nos telemóveis e a sua ligação às redes sociais inundou as nossas vidas de fotografias. Selfies, pratos de comida, cães, bebés, festas, pores do sol, bolos de aniversário, paisagens, pessoas, etc.. somos invadidos diariamente por centenas de fotografias.

A fotografia enquanto arte tem muito que se lhe diga. Desde a escolha do equipamento, o ajuste da luz, a abertura da lente, fotografar a preto e branco ou a escolha entre fotografar pessoas ou paisagens, etc há todo um conjunto de variáveis que devem estar em sintonia no momento em que se faz click numa máquina.

No campo profissional há quem fotografe para jornalismo, para publicidade e até para baptizados ou casamentos! A verdade é que não há espaço para todos, e apenas os melhores conseguem vingar. O Mário Testino fotografa pessoas na área da moda e é um dos melhores!


A forma como apreende a essência humana levaram este fotógrafo à consagração mundial, sendo dos mais requisitados na sua área.

Fascina-me particularmente a sua relação com o corpo feminino, sendo que consegue captar imagens bastante sensuais. 


A sua modelo preferida é a Kate Moss. Nos anos 90, foi um dos responsáveis pelo seu lançamento.


Também foi ele o responsável por uma das sessões de fotografia mais famosas com a Princesa Diana.




Para além da moda, já fotografou grandes figuras mundiais da área da música, política ou desporto. Entre elas encontram-se Cristiano Ronaldo ou Mick Jagger.

A sua residência habitual é em Londres.

Quando se mudou para lá, em 1976, viveu num apartamento dentro de um hospital abandonado perto de Trafagal Square, onde treinava fotografia. A sua carreira na moda teve um começo humilde. Ao início vendia portfólios a mulheres que sonhavam tornar-se modelos por 25 libras, incluindo o arranjo do cabelo e maquilhagem.

Algumas das suas frases famosas incluem:

"My favourite words are possibilities, opportunities and curiosity. I think if you are curious, you create opportunities, and then if you open the doors, you create possibilities."

"I am obsessed by people. Usually I try to get the girl out of the model instead of the model out of the girl."

"Fine artists reflect, and then they act. Fashion photographers - we act, and then we reflect."

Obrigado Mário!