terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Amália Rodrigues

Amália Rodrigues nasceu em Lisboa a 23 de Julho de 1920.


Na realidade ela até nasceu no dia 1 de Julho, mas só foi registada alguns dias mais tarde. Ela preferia comemorar os anos na data de nascimento verdadeira pois afirmava que por esta altura do mês talvez as pessoas ainda tivessem dinheiro para lhe dar presentes!

Ela foi a voz de Portugal. Executante suprema da alma portuguesa: o Fado.


Editou 170 álbuns em 30 países. Vendeu ao todo 30 milhões de cópias, 3 vezes a população de Portugal.

Amália teve as suas origens numa família pobre e humilde que provinha da zona da Beira Baixa (Castelo Branco e Fundão).

Acabou por passar a infância com os avós em Lisboa. Na altura os vizinhos, já surpreendidos com a sua voz, pediam-lhe para cantarolar tangos de Carlos Gardel.

Aos 9 anos entrou para a escola, mas logo aos 12 teve de abandonar, algo que era comum nas famílias mais humildes. Tornou-se então bordadeira, engomadeira e ainda embrulhava bolos.


Em 1936, na noite dos Santos Populares, desfila nas marchas populares pela freguesia de Alcântara.

Em 1940 casa-se com Francisco da Cruz, um guitarrista amador do qual se viria a divorciar 3 anos mais tarde.

Nos 50 anos seguintes, Amália não tem mãos a medir. Ela começa a deixar a sua marca em várias áreas artísticas e rapidamente se torna uma referência nacional e internacional. O seu timbre de voz começa a fazer-se notar e efectua diversos concertos, entra em peças de teatro e faz cinema. O seu sucesso leva-a actuar em Londres, Paris, Roma, Estados Unidos, Rio de Janeiro, Tóquio, Berlim, México, etc...


Em 1961 casa-se pela segunda vez. A cerimónia foi no Rio de Janeiro e o seu marido era um Engenheiro Brasileiro chamado César Henrique Rangel. Ficou com ele até à morte deste em 1997.

Conviveu entre outros com Almada Negreiros, Manuel Alegre e Ary dos Santos.

Aqui fica um link de uma actuação sua ao vivo: "Uma casa Portuguesa".

https://www.youtube.com/watch?v=gfvn4SityrY

A 6 de Outubro de 1999 morre repentinamente na sua casa em Lisboa. O então primeiro ministro de Portugal, António Guterres decreta luto nacional. Centenas de milhares de portugueses acompanham o último adeus a Amália. Dois anos depois, em 2001, seria transladada para o Panteão Nacional, onde descansa ao lado de outras grandes figuras deste nosso país à beira mar plantado.



Obrigado Amália!

 

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Ricardo Lemos


Ricardo Ferreira de Lemos, aka Chumbo, nasceu em Lisboa em 1982.

O Chumbo é uma força da natureza. Ele é um verdadeiro empreendedor na organização de eventos e tem um PHD em boa disposição e energia contagiante.
De uma forma geral ele trabalha com eventos, mais especificamente na área da música.

Este nativo do signo Carneiro desenvolve as actividades de DJ, empresário, entertainer e ainda técnico de audiovisuais e produção!
Para ele a arte é “forma de expressão, sem regras, sem definições. É o grito que sai do fundo da nossa alma para o mundo.”

O Ricardo tem muita dificuldade em escolher os seus artistas de referência. Prefere responder que tem “várias referências em vários estilos musicais, uma vez que o meu trabalho me obriga a ouvir de tudo. Mas destaco Stevie Wonder, Queen, Jamiroquai, Richie Hawtin.”
 
Hoje o Artes e Tartes apresenta uma entrevista exclusiva com este artista multifacetado. Foi com muito gosto que aprendemos mais sobre as suas opiniões, inspirações e forma de trabalhar. Are you ready?

AT - Olá Ricardo, queres explicar aos nossos leitores em que áreas artísticas tens desenvolvido o teu trabalho? No fundo, sei que tens uma ligação à música, mas quais são os outros interesses artísticos, ou seja artes que gostes, que já tenhas praticado ou que ainda sonhas vir a praticar?
O meu trabalho está muito ligado à música, entretenimento e animação. Sou um criador de momentos especiais. Interesso-me muito por cinema e também por artes plásticas, fotografia e arte urbana. Sou uma pessoa bastante aberta a novos conceitos artísticos, gosto de estar sempre em cima do acontecimento e sentir-me constantemente estimulado. Isso dá-me vida! Gostaria de vir a interligar música com outra arte, como por exemplo as artes plásticas ou performance. Conheço, em particular, um projecto português, muito interessante, que reúne a música a várias artes - Eka unity.


AT - Recentemente fundaste uma empresa a Plug sound solutions, queres descrever um pouco como começou, o que fazem e onde pretendem chegar?

A Plug sound solutions surgiu de uma forma muito natural e tem vindo a crescer cada vez mais. Já fazia alguns trabalhos ligados à área e quando me apercebi estava completamente envolvido neste projecto. Os nosso serviços assentam no aluguer e montagem de material audiovisual, na actuação de DJs, VJs e músicos e no aconselhamento e produção de eventos.
 
Fazemos muitos eventos empresariais e particulares. Somos verdadeiros animadores de festas. 
Não temos como objectivo ser uma empresa muito grande, mas sim uma empresa que conheça perfeitamente os seus clientes e acima de tudo que faça um trabalho extremamente profissional e personalizado.
O nosso principal objectivo é fazer as pessoas felizes, porque mais do que estar feliz é fazer alguém feliz!

AT - O teu trabalho artístico acaba por estar muito ligado ao lazer e às relações públicas. Achas que este é um mercado em expansão em Portugal ou está a cair? Quais são os grandes segmentos e quais as grandes tendências do entretenimento em Portugal? Festivais? Festas? Eventos Outdoor? Casamentos?
Eu acho que o mercado não está nem a cair nem em expansão. É um mercado que está em adaptação, está a reformular-se. Houve um grande boom de entretenimento (festas, festivais, eventos) na ultima década, onde apareceram novos conceitos, novas tecnologias, novas tendências, mas não houve tempo para absorver tudo, ou melhor, não conseguimos desfrutar com o devido tempo que cada coisa merecia. Acho que neste momento estamos com excelentes cartazes, de todo o tipo de música, desde o rock à música electrónica. Nunca vieram a Portugal tantos músicos tão bons e em tão pouco espaço de tempo. Temos muitos e bons festivais durante todo o ano. Os nossos eventos são referência no mundo inteiro. 


Acho que a grande tendência a que vamos assistir nos próximos anos é a cada vez maior integração das várias áreas, de som, luz e vídeo (como por exemplo já se observa com o video mapping). Começamos a assistir a concertos via internet, a projectos musicais em directo e feitos em simultâneo vindos dos quatro cantos do mundo. A tecnologia impera.
Ao mesmo tempo e, curiosamente, assistimos também a um forte revivalismo em todo o mundo da música, quer nos videclips, nas bandas que surgem, nas produções musicais, na forma de tocar os instrumentos, nas máquinas utilizadas, etc. O próprio DJing está a voltar ao vinil.

Creio que há uma tentativa de equilibrar as influências do passado com o futuro tecnológico da música. 
AT - Lembras-te do momento em que te apercebeste que tinhas uma sensibilidade artística para a música? Foi na escola? Foi em casa? Grupo de amigos? 

Desde criança que me lembro de vibrar dias inteiros ao som de várias músicas. Lembro-me em particular de um dos primeiros concertos da minha vida, Techotronic em 1991, em que fiquei fascinado com toda a envolvência do concerto. Aí acho que fiquei logo com o bichinho do mundo da música.

Mais tarde, numa das primeiras festas a que fui com um DJ a actuar, percebi que as pessoas estavam "hipnotizadas" pela música, por toda aquela atmosfera… foi aí, nesse momento, que senti que queria fazer parte deste mundo, onde o meu contributo faz com as pessoas se sintam mais alegres e livres.
Adoro o que faço e tento sempre dar o máximo de mim, acho mesmo que essa é a minha maior qualidade. Atiro-me literalmente de cabeça! Das melhores coisas que posso sentir quando estou a trabalhar como DJ, é ficar arrepiado de emoção, olhar para as pessoas e ver uma felicidade enorme, sentir uma super energia e pensar que nasci para isto. Gosto de pensar que sou o maestro da animação de uma festa.

AT - Achas que as pessoas já nascem artistas ou faz tudo parte das influências a que somos expostos?
Há raros casos de pessoas que nascem artistas, como por exemplo Mozart que compôs logo aos cinco anos de idade e desenvolveu todo o seu talento ao longo da vida. Há outras pessoas que nascem apenas com uma predisposição artística, que pode ou não ser desenvolvida e trabalhada. Nestes casos, a vida e os seus ensinamentos é que fazem o artista.  

AT - Por fim, com que artista (vivo ou morto) gostarias de jantar e porquê?
Não é uma escolha nada fácil. Teria muito gosto em jantar com o Mick Jagger e perceber de onde é que ele vai buscar aquela energia toda.

 

O Chumbo enviou uma mensagem adicional para o Artes e Tartes. Obrigado Ricardo, foi uma honra ter-te neste blog!

“E aqui fica mais uma frase minha: A música é de todos e todos fazem parte dela.
Obrigado Queirós!!!   

E com esta me despeço… A arte é como a tarte, ou se come ou se deixa de parte.”

 

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Frases dos nossos Artistas


Hoje no Artes e Tartes fazemos um pequeno apanhado de algumas das melhores frases proferidas pelos artistas que têm contribuído para este pequeno blog.
Já lá vão 30 semanas de Artes e Tartes e 12 artistas entrevistados!

Rasgos de inspiração, amor e muito trabalho. Estes parecem ser os segredos do verdadeiro artista. Vamos a isto!
 

“Acredito que a partir do momento que se decide ser artista passa-se a ser profissional dessa área e, para seres bom, tens de te dedicar a ela tanto como a qualquer outro ramo de atividade… até mais porque o mundo das artes é um mundo cão!”

João Fernandes

 

“A fotografia é a paixão. Fotografia urbana e de pessoas nos seus "habitats naturais", que não se apercebem que estão a ser fotografadas. Imaginar o que estão a pensar, como serão as suas vidas, para onde irão naquele momento... Gosto de lhes roubar um bocadinho do seu mundo e levá-lo para minha casa.”

Inês Oom Sacadura

 

“A vida é um ensino constante e nós temos tido o privilégio de viver realidades distintas e que nos fazem crescer (...) Sonho fazer o filme sobre os Descobrimentos Portugueses, inspirado nos Lusíadas. Considero que é uma obra de elevação do nosso verdadeiro povo,  terra de aventureiros e destemidos, cheia de valores, mistérios e muita sensualidade.”

Pedro Patrocínio

 

“Crio, acreditando que a arte é o caminho menos obstruído para a experienciação e que toca naquele milésimo de segundo anterior ao impulso de criar barreiras e encontrar conceitos, a que chamo verdade."

Inês Norton de Matos

 

“Fazemos sempre o melhor para as pessoas gostarem e dar uma vida nova às paredes. Existe uma frase que é "paredes brancas, povo mudo" (…) Já lá vão 8 anos muito bons. Até hoje não quero deixar o Graffiti. É a minha identidade, a minha vida, é tudo. Por vezes digo que a lata e a parede são os meus melhores amigos!”

Miguel Martins

 

“De qualquer das maneiras se é arte que nos move, e se realmente formos bons, e eu faço por isso pelo menos, podemos chegar longe, muito longe...”

Tomás Anahory

 
“As tendências estão sempre presentes, ainda que inconscientemente. Não lhes presto grande atenção e as vezes até fujo delas para manter a originalidade. Para mim, as verdadeiras tendências quando saem cá para fora já estão ultrapassadas. A grande questão é estar à frente delas e isso consegue-se com sensibilidade e feeling.

Ana Menezes

 

“Eu acredito que nem toda a gente tenha a mesma facilidade de tocar qualquer instrumento. Mas também sei que não há ninguém que seja um grande músico que não tenha passado anos a estudar muitas horas todos os dias independentemente do instrumento que toca para se tornar num grande músico.”

Diogo Batalha

 

“A minha inspiração vem de absorver  imagens, viagens e música. Para mim tudo isto é arte e é ela que me inspira diariamente.”

Marta Leitão

 

“Optei por esta vida, ao invés de uma vida profissional de escritório de fato e gravata (apesar de adorar vestir fato e gravata) porque é isto que me preenche e completa, é daqui que retiro parte da minha felicidade e é neste meu mundo que me perco e encontro e que nunca me deixa ficar mal (…) A minha maior fonte de inspiração é o amor e as pessoas bem como as experiências que retiro de ambos.”

Frederico Campos Costa

 

“A Arte é a mão invisível que te entra pelo cérebro, te desce pelas veias, vai lá ao fundo e tira cá para fora o que é autêntico. Isso é Arte (…) Eu surpreendo-me de gostarem dos meus rabiscos no papel.. mas acho que dão valor porque é feito com amor.”

Ana Sá Nogueira

 

“Eu acho que tens que ter o chamamento dentro de ti. Tens que querer passar 3 horas a aprender um acorde e não achar que é uma perda de tempo. Se tiveres esse chamamento, que te leva e empurra para pegar na guitarra, ou escrever, ou pintar, tens o essencial.”

André Mateus  
 

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

João Fernandes

João Pedro Fernandes (Jota para os amigos), nasceu em 1982, em Lisboa.



O João é formado em Gestão de Empresas na Universidade Católica e neste momento é Sócio/Director da 2East – Marketing de Bebidas e Eventos Ltda em São Paulo Brasil!

No que toca às artes e tartes, o Jota é um artista desde as unhas dos pés até à ponta dos cabelos!! Pare ele a arte é “a capacidade que, alguma coisa criada por outra pessoa, tem de mexer comigo ao nível emocional e/ou racional!”

Apaixonado por música e também por outras e diversas artes, este nativo do signo Caranguejo fez parte de uma banda chamada Manif3estos. Nesta entrevista ele conta-nos a história toda!
Os seus 3 artistas de referência (com explicação incluída), são:

Sérgio Godinho - Desde que me lembro de ouvir música que este nome está sempre presente! Talvez seja o primeiro “rapper” que eu ouvi! Um cantautor incrível! Uma inspiração na arte de escrever! Tenho os discos todos dele na minha playlist e sempre que oiço descubro novos significados nas suas descrições e relatos! Talvez a minha maior e mais antiga referência a nível nacional!
Bob Marley - Nunca me canso de o ouvir! (Re)Descubro frequentemente temas dele pelos quais me apaixono por longos períodos… depois (re)descubro outro…e outro... e por aí fora! Passou-nos, através da música e das letras, mensagens incríveis que serão, na minha opinião, inspiração para muitos músicos e artistas para sempre! Acho que ainda me inspira todos os dias na minha maneira de ser e de ver muitas das coisas do dia-a-dia!

Ana Moura - Apesar de ser um nome relativamente recente na música nacional, acho que lhe devo (em conjunto com o Jorge Fernando) o que hoje em dia conheço do Fado! Foi através dos primeiros discos dela que a curiosidade em conhecer as raízes da música mais portuguesa de todas me surgiu! A partir do momento que a ouvir a cantar “Sou do Fado, Sou Fadista” senti que aquilo me dizia muito e que precisava urgentemente de conhecer mais o Fado… até hoje oiço regularmente diversos Fadistas, da velha e nova geração, por conta desse momento!

 
Hoje o Artes e Tartes apresenta os pensamentos do João sobre diversos temas relacionados com as artes. Uma das melhores entrevistas até agora com respostas muito esclarecedoras e informadas. Um tratado sobre a condição do ser artista.

AT - Olá João, queres explicar aos nossos leitores em que áreas artísticas tens desenvolvido o teu trabalho? No fundo, sei que tens uma ligação à música, mas quais são os outros interesses artísticos, ou seja artes que gostes, que já tenhas praticado ou que ainda sonhas vir a praticar?
O que sempre gostei e continuo a gostar de fazer é escrever e ouvir música! Escrever textos ou poesias para músicas! Dá-me gozo escrever porque tenho necessidade de me expressar sobre algum tema, porque me surgiu alguma ideia ou por desafio de alguém que procura um tema específico. Esta foi a minha primeira ligação às artes, se assim se pode chamar, e é a que mantenho neste momento.

A minha ligação à música sempre foi muito mais recreativa do que profissional. Ou seja, à parte de ser um ávido consumidor, todos os projetos que tive sempre foram muito mais pelo convívio com amigos e pela diversão do que propriamente pela carreira mas, é claro que se sonha sempre com algo mais quando se faz música! Por outro lado, desde 2005 que faço parte de uma área profissional ligada à música, que foi o ano em que entrei para uma produtora/agência e onde estive diretamente envolvido com a produção de eventos e o agenciamento de artistas. Hoje, apesar de estar numa área mais relacionada com a prestação de serviços para eventos, continuo a frequentar festivais e concertos no meu dia-a-dia profissional! É a área em que sempre sonhei trabalhar e felizmente consegui até hoje manter esse sonho!
Por toda esta ligação que tenho à música espero, pelo menos um dia, conseguir tocar alguns dos temas que escrevi em viola ou teclas que foi coisa que nunca aprendi… recentemente quase me inscrevi em lições de piano mas acabei por me aperceber que ainda não era desta que tinha o tempo necessário para o fazer! Quem sabe um dia...
Para além da música sou também um fã incondicional de outras artes... Adoro grafitis! Adoro dança! Adoro fotografia! Apesar de não ter jeito para nenhum deles sou um admirador confesso dos três! : )

AT - Fizeste parte de uma banda chamada Manif3stos. Queres contar-nos um pouco da história da banda? Como começou? Quem eram os elementos? Como acabou? 

Os Manif3stos foi um dos melhores projetos da minha vida! Entre amigos conseguimos fazer uma coisa que virou semi-profissional e que nos permitiu ter uma experiência de vida única! Só tenho boas memórias desses tempos!

Começou tudo no seguimento de projetos a solo de cada um dos membros. Virou uma banda de Hip Hop com Reggae/Soul que começou em 2005 e terminou em 2011!

 
Eu tinha um projeto de Hip Hop e convidei o David Pessoa para fazer um refrão de um tema que se chamava “Liberdade” (acabou por se chamar “Nós Fazemos”). A coisa soou-nos bem e pouco tempo depois fizemos outro tema que se chamava “Medalha de Honra” também no mesmo formato. Entretanto o Telmo Santana convida-nos para participar-mos numa mixtape que ele estava a fazer só com pessoal de Carcavelos e foi onde nos juntamos os quatro (com o João Santana) e fizemos mais dois temas. Percebemos que tínhamos ali muita química musical e rapidamente surgiu mais um que foi o "Valeu a pena tudo”. Apresentámos estes temas todos, em conjunto com mais uns 5 que eu tinha, no 7º Festival Musa em Carcavelos ainda com o nome do meu projeto a solo - neste concerto também participou o Junior com um tema que tínhamos os dois e ele ainda me deu uma grande força em alguns temas em que eu estava menos à vontade! Foi o primeiro passo em grupo! De repente tínhamos 3 vozes e 1 produtor! Começamos a juntar os temas todos, refizemos alguns, construímos outros e em Setembro de 2005 apresentámos, no antigo Sports Bar na praia de Carcavelos, o primeiro concerto de Manif3stos! Tocámos em "casa" para um bom grupo de amigos!
 
Daí até fazermos 16 temas, a tocarmos em vários bares e a recebermos pequenos cachets que deram para gravarmos o disco foi mais ou menos 1 ano. No verão de 2007 gravámos o “Gerasons" no BlackSheep Studios e contámos com participações muito boas como a do Dany Silva, do Sagaz, do Tranquilo e do Dj Kwan. Em Novembro lançámos o disco no espaço Tuatara para uma família de cerca de 300 pessoas! Foram 2 anos de concertos muito bons de onde se destacam o Festival Sudoeste, o Superbock Surf Fest, a Casa Da Música, Santiago Alquimista e algumas queimas/recepções ao caloiro grandes. O saldo foi muito positivo e mais que tudo a nossa amizade saiu reforçada! 

Entre o final 2009 e o início de 2011 tocámos muito pouco, talvez umas 4 ou 5 vezes, e tivemos mais dedicados cada um às suas vidas profissionais ou outros projetos!


Em 2011 recomeçamos as escritas e as produções e, já com o segundo álbum praticamente todo pronto - produzido pelo Duarte Ornelas e gravado pelos músicos Pedro Tatanka, Miguel Casais e Ciro Cruz dos Balck Mamba - surgiu-me a oportunidade de montar uma sociedade no Brasil e acabei por deixar o projecto e dedicar-me a uma empresa minha que era também um sonho antigo! Apesar de não poder dizer que me arrependo digo muitas vezes que tenho muitas saudades e fica sempre a dúvida de como iria correr o novo disco! Tenho pena que os temas não tenham saído mas sei que uns serão muito bem reaproveitados num futuro próximo! ;)

Nota da redacção: o Jota enviou para o nosso blog, uma música nova que nunca foi editada em albúm. Um exclusivo do Artes e Tartes. Segue o link: https://www.youtube.com/watch?v=IoR-_s_ttFU&feature=youtu.be

Entretanto...

O David Pessoa tem um projeto a solo que podem acompanhar aqui - https://www.facebook.com/davidpessoaoficial -  para o qual eu e o João Santana escrevemos alguns temas.
O Telmo Santana (Modo Fractal - https://soundcloud.com/modofractal) continua a produzir instrumentais em outros registos nos quais trabalhava já na altura.

AT - Como foi o vosso melhor concerto? Onde e quando? Porque foi o melhor?
Difícil… muitos tiveram as suas razões para serem especiais!

Talvez destaque o lançamento do nosso disco “Gerasons”, feito no espaço Tuatara em Novembro de 2007! Apesar de ser possivelmente o lugar onde tocámos que menos tinha a ver com a nossa música, acho que foi a vez em que conseguimos juntar no mesmo espaço toda a nossa "família”!



Quando digo “família” refiro-me à de sangue e à outra que escolhemos para fazerem parte da nossa vida pelos fortes laços de amizade existentes! Todas as caras eram conhecidas e todas as pessoas sabiam o porquê de cada letra e isso deu ao concerto uma intimidade muito própria. O “Passando a lição” (link abaixo), tocado nessa noite vai ficar para sempre na minha memória pois aquele foi o dia em que fez mais sentido cantar essa música! O verdadeiro arrepio na espinha!

https://www.youtube.com/watch?v=jM0BPIw9rAE


AT - Achas que as pessoas já nascem artistas ou faz tudo parte das influências a que somos expostos? Lembras-te do momento em que te apercebeste que tinhas uma sensibilidade artística? Foi na escola? Foi em casa? Grupo de amigos?

Acho que podes nascer com um talento e à partida isso vai ajudar a que o caminho seja mais fácil de trilhar mas eu, pessoalmente, não acredito que o talento seja suficiente para se chegar a algum lado! A minha curta passagem pela música e o meu médio percurso na área dos eventos, onde pude lidar com muitos artistas diferentes, faz-me ver que é preciso uma dedicação muito grande e um espirito de sacrifício ainda maior para se conseguir atingir o sucesso! Não basta saber cantar, tocar, pintar, dançar… não! É preciso treinar e praticar muito, é preciso ter muita força de vontade para esbarrar em paredes e ter força para continuar, é preciso investigar e ouvir muito, é preciso ter cuidados ao nível da saúde, é preciso sacrificar muitas vezes a vida pessoal, etc! Acredito que a partir do momento que se decide ser artista passa-se a ser profissional dessa área e, para seres bom, tens de te dedicar a ela tanto como a qualquer outro ramo de atividade… até mais porque o mundo das artes é um "mundo cão"!
Eu tive a sorte de ter uns pais que sempre foram muito atentos e curiosos sobre as mais diferentes formas de arte. Eles desafiavam-nos, a mim e a minha irmã, para os acompanharmos e davam-nos a conhecer músicos, pintores, poetas/escritores que fizessem parte da história, da adolescência deles ou que estivessem naquela altura em destaque por algum motivo. 

A música era uma companheira habitual em nossa casa e ganhava um espaço de destaque nas manhãs de sábado e domingo desde que eu me lembro. Por outro lado os livros eram mais que muitos e acabava por surgir sempre alguma curiosidade em ler alguma coisa de algum autor que se falou em família. Nem sempre foi fácil porque passas sempre algumas fases em que achas que tudo o que fazes com os teus pais é uma seca e queres mais é dormir, jogar à bola, sair à noite ou simplesmente estar com os amigos e fora de casa! 
À medida que a idade avança começas a entender como foram valiosos aqueles momentos e quantas foram as aprendizagens que trouxeste em termos culturais! Lembro-me de ouvir os Cd’s “Luz” e “Lilás” do Djavan, que são discos da minha idade, após o regresso do meu Pai dos EUA em meados de 1987. Lembro-me muito bem de ouvir o "FMI" do José Mário Branco e não conseguir sequer entender qual era a força daquele texto! Lembro-me de ver o “Sobreviventes” do Sérgio Godinho e o “Caetano e Chico - juntos ao vivo” do Caetano Veloso e do Chico Buarque a tocarem em vinil. Lembro-me do “Mingos e Samurais” do Rui Veloso e do “Rock in Rio Douro” dos GNR a servirem de banda sonora das viagens de férias. Lembro-me do primeiro concerto que vi, que foi no Coliseu de Lisboa, que foi o James Taylor em meados dos anos 90. Tenho muita música no ouvido por conta disso!


Acho que o meu gosto pela música e meu despertar para escrita surgem nessa altura. O interesse pela poesia desenvolve-se com o “O meu primeiro livro de poesia” da Sophia de Mello Breyner, devia eu ter uns 10/12 anos talvez. Após isto acho que comecei a rabiscar pequenos poemas e mais tarde, com cerca de 14 anos e como não sabia tocar nenhum instrumento, escrevi uma música para um amigo que tocava guitarra poder cantar! Depois disto ganhei o gosto e fazia pequenas letras para eu mesmo cantar com melodias inventadas por mim, mas sem qualquer concretização pois eu gostava muito mais de jogar futebol do que aprender um instrumento! Talvez hoje fosse diferente…
Passados alguns tempos, um amigo apresentou-me um programa básico que era muito intuitivo para montar uns beats, e ficou mais fácil escrever e gravar com um micro de computador as ideias que me iam surgindo! Acho que a primeira letra com música que fiz devia ter uns 14 ou 15 anos. Depois foi só ir evoluindo de programas e escrevendo mais e mais até chegar ao primeiro projeto a solo e aos Manif3stos!

AT - Com que artista (vivo ou morto) gostarias de jantar e porquê?
Acho que mais do que jantar gostava de poder viver alguns concertos que já não serão possíveis de ver. Acho que é no palco que consegues conhecer melhor o artista!

Tenho tido a sorte de ao longo dos anos conseguir fazer alguns “checks” na lista de concertos que sonhava ver mas faltaram-me, entre outros claro, Michael Jackson e Bob Marley. Se pudesse escolher apenas um deles seria claramente o de Bob Marley…


AT - Por fim, o Artes e Tartes sabe que neste momento vives em São Paulo, no Brasil. Qual tem sido a tua ligação com a cultura Brasileira? E qual é a tua opinião sobre a situação cultural no Brasil no presente?
Desde pequeno, como mencionei antes, que a música brasileira - seja o Samba, a Bossa Nova, o Forró ou a MPB - fez parte da minha educação musical! As novelas que passavam abundantemente em PT também ajudaram a que o sotaque e a musicalidade fosse sendo mais familiar! Hoje, mais do que nunca, sou um fã da música brasileira! Desde as músicas de raiz até às que fazem parte das sonoridades mais universais! Quando cheguei a SP não tinha ideia que em cada esquina tu podias ouvir música e música de qualidade. Qualquer brasileiro sabe tocar pelo menos um instrumento - e bem! Não sabia que a quantidade de concertos e de diversidades musicais que viria a encontrar era tão vasta! Sinto-me um privilegiado por poder viver isso!

Os brasileiros são verdadeiros conhecedores das raízes das suas músicas e não há qualquer vergonha em se gostar de coisas mais populares ou de coisas mais mainstream. O carnaval, por exemplo, toca todo o tipo de músicas, das mais antigas às mais recentes do samba, e tu vês que mesmo os mais novos sabem de cor as letras da canções com mais história! Sente-se que isso é passado em casa! É incrível como a música faz parte da vida deles! É cultural!
Não param de surgir novos nomes em todas os estilos mas os mais antigos (mesmo os que já não estão entre nós) continuam com o seu espaço respeitado seja nas Tv’s, rádios, em versões cover ou pelas mãos de Djs! Espero que Portugal evolua nesse sentido, dando espaço aos novos artistas pois eles precisam de “montra” mas dando sempre algum espaço à história! Sinto que há pouco espaço no mercado Português para os novos talentos mas aos poucos isso vai mudar o que não significa que se deixe de dar espaço aos mais antigos… é um processo normal e cada um deverá ocupar o seu espaço!

Aproveito para, em tom de agradecimento e despedida, deixar alguns nomes que têm feito parte das minhas mais recentes playlists brasileiras… muitos já conhecem mas podem ser boas pesquisas para que outros!

Alguns da velha guarda:

  1. Adoniran Barbosa (https://www.youtube.com/watch?v=ceBdGz3eTFg)
  2. Novos Baianos (https://www.youtube.com/watch?v=VSM4AnFfnAI)
  3. Paulinho da Viola (https://www.youtube.com/watch?v=VKzpytpVbfU)
  4. Baden Powell (https://www.youtube.com/watch?v=GGoca5m-loY)
  5. Dominguinhos (https://www.youtube.com/watch?v=EpyY_Z797UE)

Alguns da nova geração:

 
  1. Mariana Aydar (https://www.youtube.com/watch?v=1wzeMnhXMlE)
  2. Criolo (https://www.youtube.com/watch?v=Gsrr4AAEVso)
  3. Emicida (https://www.youtube.com/watch?v=GZgnl5Ocuh8)
  4. Tulipa Ruiz (https://www.youtube.com/watch?v=3cfVHYIzvik)
  5. Marcelo Jeneci (https://www.youtube.com/watch?v=qaFYwQS8gQQ)

 

Obrigado João!

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Eça de Queiroz


Eça de Queiroz nasceu a 25 de Novembro de 1845, na Póvoa do Varzim.
 
 
Já passaram 114 anos sobre a morte do grande romancista e a obra que nos deixou continua a atrair a atenção de leitores, literatos e outros estudiosos. Ainda hoje, os seus livros são reeditados e, os mais representativos, adaptados ao teatro e ao cinema. As personagens dos seus romances - que sugerem uma tipologia social -,  fazem parte da nossa história e da nossa cultura. Pensamentos, apreciações e comentários, retirados dos seus escritos, são frequentemente citados e circulam na net, plenos de atualidade por encaixarem a preceito nos protagonistas e nas situações da nossa vida política e social. De onde vem a força desta escrita e a atualidade deste escritor?


Eça foi, acima de tudo, um atento e perspicaz observador de Portugal e do mundo. Da sociedade portuguesa da segunda metade do século XIX deixou-nos, enquanto romancista, um retrato fiel e cru. Dos conflitos e dos meandros da política mundial deixou-nos, enquanto jornalista, análises minuciosas e vaticínios acertados. A sua infância ficou marcada pela ausência de uma família que lhe deu o nome mas que lhe negou o aconchego do lar. O carinho tê-lo-á ele encontrado na ama que o amamentou em Vila do Conde e nos avós paternos que, perto de Aveiro, o acolheram e educaram na meninice. Ao contrário da mãe, fria e ausente, a figura e a personalidade do pai acompanhou-o e influenciou-o pela vida fora. A singularidade do seu nascimento fez dele um outsider e deu- lhe a autonomia afetiva que lhe conferiu  distanciamento e independência crítica.  A ironia, que em Eça revela argúcia e inteligência, foi a marca desse distanciamento.

O lustro de Coimbra foi o tempo de aprendizagem e de gestação, estimulada pelo fermento da cultura francesa e pelo contacto com amigos, dos quais se destacou Antero de Quental, que nele exerceu uma forte impressão. Lisboa, onde viveu durante algum tempo depois de terminado o curso, foi a descoberta da grande cidade, o contacto com a política e com a sociedade. Em Évora, como diretor e único redator do Distrito de Évora foi destilando o seu jeito para a crítica e apurando a mão para a escrita. A viagem ao Egipto, onde assistiu à inauguração do Canal de Suez, e o deslumbramento da Terra Santa abriram-lhe a primeira janela para o mundo e marcaram-no para sempre.
Leiria, cidade onde desempenhou o cargo de administrador do distrito, foi o palco do seu primeiro romance,  o Crime do Padre Amaro – o livro que ele trazia no ventre - onde ousa pôr em pratica o realismo como escola literária e abordar os temas tabú da religião e do sexo. O estilo da prosa, que vai ser apurado nos romances subsequentes, já evidencia o arrojo da inovação tão bem caraterizada por Ernesto Guerra da Cal, o autor galego que mais profundamente estudou a sua linguagem e o seu estilo. Já nessa primeira obra se evidencia a prosa criativa em que os adjetivos geradores de contrastes e conferindo tonalidades e melodia à narrativa, parecem desempenhar o papel da luz nos quadros dos pintores impressionistas.

A primeira experiência consular foi em Cuba e a partir daí não deixaria nunca mais de ser um expatriado primeiro em Inglaterra e depois em França. Mas o seu campo de observação esteve em Portugal, nunca fez amigos estrangeiros, o  universo da sua ficção foi sempre português. Três romances laboriosamente escritos e dolorosamente revistos, sempre na busca da perfeição, constituem o esqueleto da sua obra: o Crime do Padre Amaro, é a explosão e a vitalidade da juventude; O Primo Basílio, o grande ensaio de estudo e caracterização de personagens e o apuramento do estilo; Os Maias são a sua obra prima, longamente pensada e amadurecida. Nestes seus romances não existem heróis, apenas pessoas, enredadas nos seus defeitos, atormentadas nas suas dúvidas. Amélia d'O Crime do Padre Amaro e Luísa d'O Primo Basílio são os personagens centrais  da ação motivadas pelo fogo da paixão a pela força do enleio amoroso.
 
N'Os Maias a arquitetura da narrativa ganha outra dimensão: a figura central, onde como num quadro converge o ponto de fuga de toda a trama, é Afonso da Maia, o patriarca da família. Não será por coincidência que todas estas figuras centrais dos seus romances, incapazes de resolver ou superar as paixões - casos de Amélia e de Luísa - ou as convicções - caso de Afonso da Maia -,   morrem no final dos romances.
Eça foi um eterno insatisfeito, parecia hesitar entre o que era e o que desejaria ou gostaria de ser. As suas opções pessoais, raramente afirmadas na primeira pessoa, oscilavam entre o o espírito progressista do Cenáculo na juventude, e o pendor conservador dos Vencidos da Vida, na idade madura. A sua personalidade parece flutuar entre o laicismo e a religião, entre a república e a monarquia, entre a cultura e a aristocracia, entre a vida familiar e a vida social, entre a tradição e a civilização. Fradique Mendes é o seu alter-ego, um contraponto paradoxal de si próprio que, tal como os espelhos das feiras, reflete as imagem invertidas e deformadas.


Morreu em Paris, aos 55 anos, no primeiro ano do século XX. Se não tivesse morrido tão novo. podemos imaginar como teriam sido os anos da sua velhice, depois de regressado a Portugal? Os seus últimos escritos sugerem-nos um Eça, vivendo em Tormes - lembrando os retiros de Herculano ou Lev Tolstoi -, procurando as coisas simples da vida, rendido à natureza, inspirado pela vida dos santos.

Eça libertou-se do tempo e foi um visionário. Foi um artista que deu um novo fôlego à língua portuguesa. Para muitos, depois de Camões, o nosso maior escritor todos os tempos.

Obrigado Eça!

domingo, 9 de novembro de 2014

Oscar Niemeyer

Oscar Niemeyer nasceu no Rio de Janeiro, Brasil, em 1907.

 

 
A sua nacionalidade era de facto brasileira. Mas a popularidade e notoriedade deste arquitecto ultrapassaram largamente as fronteiras de Terras de Vera Cruz!
 
É considerado um dos pais da arquitectura moderna. Entre alguns dos seus maiores ícones está a projecção de Brasília, que se viria a tornar na capital do Brasil.
 
Em baixo uma fotografia da famosa Catedral de Brasília.
 
 
Também esteve envolvido na equipa que elaborou o projecto do edifício das Nações Unidas em Nova Iorque.
 
 
Projectou muitos edifícios no Brasil e no estrangeiro. Em baixo, outro dos seus ícones, o Museu de Arte Moderna de Caracas, na Venezuela.
 
 
O sucesso do seu trabalho e a sua contribuição para o Modernismo na arquitectura tornaram-no uma das maiores referências mundiais nesta área na segunda metade do século XX. Recebeu convites para dar aulas em Harvard e Yale.
 
Foi elogiado e premiado. Mas também muito criticado ao longo da carreira. Alguns apelidavam-no de "O escultor de monumentos". Explorou de forma inovadora as possibilidades e potencial do uso do betão armado.
 
 
 
Fortemente influenciado pelo suiço Le Courbusier , com quem chegou inclusivamente a trabalhar , Niemeyer destacou-se pelo uso de curvas e formas abstractas nos seus projectos.
 
 
Numa das suas afirmações mais famosas dizia: "Não é o ângulo recto que me atrai, nem a linha recta, dura, inflexivel, criada pelo homem. O que me atrai é a curva livre e sensual, a curva que encontro nas montanhas do meu país, no curso sinuoso dos seus rios, nas ondas do mar, no corpo da mulher preferida. De curvas é feito todo o universo, o universo curvo de Einstein!".
 
Recebeu o Prémio Pritzker, um dos galardões mais importantes no mundo da arquitectura, em 1988.
 
Faleceu em 2012 com 104 anos, na mesma cidade onde nasceu, o Rio de Janeiro. Uns dias antes de morrer ainda estava a trabalhar.
 
 
 
 
Obrigado Oscar!